ASME VIII Div. 1: Entenda as Seções UG e os Requisitos Essenciais para Vasos de Pressão

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Agora, continue a leitura e entenda tudo sobre os padrões ASME e NR-13

A ASME VIII Div. 1 é uma das normas mais importantes do mundo para o projeto, fabricação, inspeção e testes de vasos de pressão. Criada pela American Society of Mechanical Engineers (ASME), essa norma é amplamente utilizada em plantas industriais, refinarias, usinas e em qualquer instalação que opere com fluidos sob pressão.

Dentro dessa divisão, as seções UG (General Requirements) representam o coração do código. Elas definem as regras gerais que devem ser seguidas por todos os fabricantes e engenheiros responsáveis pela concepção e fabricação de vasos de pressão, garantindo segurança, confiabilidade e conformidade legal.

Neste artigo, a Tercal Engenharia apresenta um resumo técnico e acessível das principais seções UG da ASME VIII Div. 1, explicando como aplicá-las na prática e sua relação com a NR-13, norma brasileira que regula a segurança em equipamentos sob pressão.

A ASME (American Society of Mechanical Engineers) é uma entidade internacional que desenvolve códigos e padrões técnicos voltados à engenharia mecânica. A Seção VIII Div. 1 do código ASME trata especificamente dos vasos de pressão, estabelecendo regras para que esses equipamentos sejam projetados e construídos com segurança.

Essa norma é referência global porque padroniza critérios de materiais, espessuras mínimas, métodos de cálculo, processos de soldagem, ensaios e testes. Assim, ela assegura que os vasos de pressão suportem as condições de operação previstas, evitando falhas que poderiam gerar acidentes graves, vazamentos ou explosões.

A sigla “UG” vem de “General Requirements” (Requisitos Gerais). Essas seções formam a base da norma, cobrindo desde a escolha dos materiais até os testes finais de inspeção.

De modo geral, as seções UG abordam os seguintes temas:

• Seleção, qualificação e rastreabilidade de materiais;

• Cálculo de espessura e projeto mecânico dos vasos;

• Requisitos de fabricação, soldagem e acabamento;

• Métodos de inspeção e ensaios não destrutivos (END);

• Procedimentos para testes hidrostáticos e pneumáticos;

• Certificação, marcação e responsabilidades do fabricante.

Cada item da seção UG está interligado, criando um ciclo completo de segurança e conformidade técnica.

Essas seções introduzem o código e delimitam sua aplicação:

• UG-1: Apresenta o escopo da norma e define os limites de sua aplicação.

• UG-2: Esclarece que a ASME VIII Div. 1 se aplica a vasos de pressão novos, não sendo retroativa a equipamentos existentes.

• UG-3: Define que o fabricante é o principal responsável por assegurar o cumprimento de todos os requisitos do código.

Essa base inicial reforça a importância de que apenas empresas qualificadas projetem e fabriquem equipamentos conforme a ASME, pois a responsabilidade legal e técnica recai sobre o fabricante.

Essas seções tratam da escolha de materiais adequados, um dos pontos mais críticos na segurança de vasos de pressão.

• UG-4: Determina que todos os materiais utilizados devem estar listados na ASME Seção II, garantindo propriedades mecânicas certificadas.

• UG-5: Permite o uso de materiais não listados, desde que devidamente aprovados por método equivalente.

• UG-6 a UG-10: Definem regras para identificação, rastreabilidade, certificação e documentação de materiais.

• UG-14 e UG-15: Estabelecem exigências específicas para materiais ferrosos e não ferrosos, assegurando que sejam testados e inspecionados antes da fabricação.

Essas exigências evitam falhas causadas por materiais de baixa qualidade ou por falta de controle sobre a origem e composição do aço.

O projeto mecânico é o coração de qualquer vaso de pressão. Nessa seção, a ASME define as fórmulas e critérios para dimensionar espessuras mínimas, determinar a pressão de projeto e calcular as cargas externas.

• UG-16: Todos os componentes devem resistir às cargas de pressão e às condições de operação.

• UG-17: Define espessuras mínimas e margens de segurança.

• UG-18: Determina regras para aberturas e reforços.

• UG-19: Exige dispositivos de alívio para sobrepressão (como válvulas PSV).

• UG-22: Inclui considerações ambientais, como vento e sismos.

• UG-23: Reforça que todas as juntas soldadas devem seguir procedimentos qualificados conforme ASME IX.

Essa parte é essencial para garantir que o vaso resista não apenas à pressão interna, mas também a condições externas e esforços mecânicos complexos.

Aqui estão as regras para transformar o projeto em realidade.
A ASME VIII Div. 1 orienta todos os processos de fabricação, desde a conformação do aço até o acabamento final.

• UG-25: Determina padrões de qualidade para o acabamento superficial.

• UG-26: Define as normas para conformação a frio e a quente.

• UG-27 a UG-30: Apresentam fórmulas para o cálculo da espessura mínima sob pressão interna e externa, evitando colapsos ou rupturas.

• UG-31 a UG-34: Tratam de cabeçotes, tampas planas e elipsoidais, além de requisitos de reforço estrutural.

Essas etapas garantem que o vaso seja construído de acordo com o projeto aprovado e com total rastreabilidade.

Cada abertura em um vaso de pressão representa um ponto de potencial fraqueza estrutural.
Por isso, essas seções especificam os cálculos e métodos de reforço para bocais, conexões e aberturas.

• UG-35: Define requisitos mínimos de reforço.

• UG-36 a UG-43: Detalham cálculos específicos para reforços em cascos e cabeçotes.

• UG-45 e UG-46: Definem posições, espaçamentos e dimensões adequadas das aberturas.

Esse conjunto assegura que o vaso mantenha sua resistência, mesmo com múltiplos pontos de conexão a tubulações e válvulas.

As juntas são partes críticas, pois concentram esforços e são pontos potenciais de falha.

• UG-50: Regras para conexões soldadas, flangeadas e roscadas.

• UG-51 a UG-53: Detalhes para o uso de juntas não permanentes e flanges.

Essas diretrizes garantem vedação adequada e resistência mecânica, fundamentais para evitar vazamentos e acidentes.

Os Ensaios Não Destrutivos (END) são essenciais para verificar a integridade dos vasos de pressão sem danificá-los.
A ASME define quatro principais métodos:

• Líquido Penetrante (LP): Detecta trincas superficiais.

• Partículas Magnéticas (PM): Identifica falhas em materiais ferromagnéticos.

• Radiografia (RX): Revela descontinuidades internas em soldas.

• Ultrassom (UT): Mede espessuras e identifica falhas internas.

Esses ensaios garantem a confiabilidade estrutural dos vasos e são exigidos também pela NR-13, em suas inspeções periódicas.

Após a fabricação, cada vaso precisa ser testado e inspecionado antes de entrar em operação.

• UG-99: Define os testes hidrostáticos, com aplicação de água sob pressão para verificar vazamentos.

• UG-100: Regras para testes pneumáticos, quando o uso de água é inviável.

• UG-96 e UG-97: Determinam os registros obrigatórios de inspeção e aceitação.

Essas etapas asseguram que o equipamento está apto a operar com segurança dentro das condições de projeto.

Por fim, a ASME exige que cada vaso seja marcado e certificado antes da entrega:

• UG-115: Identificação por meio de plaqueta metálica.

• UG-116: Certificação do fabricante com emissão de Data Report.

• UG-120: Responsabilidade final do fabricante pela conformidade total do vaso.

Essa certificação comprova que o equipamento foi construído conforme as normas ASME e garante rastreabilidade total durante toda sua vida útil.

No Brasil, a NR-13 adota muitos princípios da ASME VIII Div. 1 para o controle e segurança de vasos de pressão.
Empresas que fabricam ou inspecionam equipamentos segundo ambas as normas — como a Tercal Engenharia — asseguram conformidade técnica e legal, além de reduzir riscos de acidentes e penalidades.

A ASME VIII Div. 1 é uma norma essencial para garantir segurança, confiabilidade e durabilidade dos vasos de pressão.
Seguir as seções UG é o primeiro passo para assegurar que cada etapa — do projeto à inspeção final — atenda aos mais altos padrões de engenharia.

A Tercal Engenharia atua com base nos códigos ASME e NR-13, realizando inspeções NR13, calibração de válvula, testes hidrostáticos e ensaios não destrutivos em vasos de pressão e caldeiras em todo o Brasil.

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